O ciclismo por hobby é praticado por mais pessoas a cada dia. A prática tem caído no gosto dos brasileiros por ser uma atividade física que alia a saúde com a diversão, além de unir comunidades de amigos e associar percursos às visitas em espaços naturais exuberantes.
Assim, o entorno de diversas unidades de conservação têm se tornado rota para os grupos de bike, e aqui na região da Serra do Brigadeiro não tem sido diferente. Um trajeto acessado pelos ciclistas é a Travessia pela sede do Parque do Brigadeiro. Alguns fazem apenas a virada de Araponga até Bom Jesus do Madeira, distrito de Fervedouro, outros já buscam as rotas em trilhas ou a partir de Miradouro. Enfim, são tantas opções!
Para ilustrar alguns trajetos, com Travessia pelo Parque, entrevistamos alguns turistas que contaram seus relatos de viagem de bike pela Serra do Brigadeiro:
O ciclista Nelson Mário de Toledo Ribas, da cidade de Muriaé, já pode pedir música (rs)! Ele fez três trajetos diferentes, com virada pela unidade de conservação:
– Maio de 2018 – Trajeto ida e volta de Miradouro a sede do Parque. Percurso de 77km com 1.800 metros de altimetria. Seguiram por estrada de servidão até Bom Jesus do Madeira e de lá subiram pelo Morro da Milorinda até a sede.
– Início de 2021 – Trajeto de Araponga até Bom Jesus do Madeira, distrito de Fervedouro, pela Trilha do Carvão.
– Outubro de 2021 – Trajeto de Araponga até a Cachoeira do Piu (que é seu parente, por sinal), com a travessia pelo Parque. Percurso de 34km com 1.000 metros de altimetria.
Ele conta que seu pai morou, na roça na Serra, por isso sempre escutou histórias da região. “Meu pai conta que candiava boi de um lado para o outro. Passo na Serra e lembro das histórias, principalmente, da Ermida Antônio Martins. Ali é o ponto que sempre paro para tirar foto”.
Nelson diz que para fazer a travessia é necessário algum tempo de treino na bike. “As subidas são longas e alguns pontos são íngremes. De Bom Jesus do Madeira subindo, a Serra é maior, porém menos inclinada. Do lado de Araponga é menor mas mais inclinada. Sempre recomendo o ciclista levar com ele comida necessária para pedalar. Na sede do Parque, tem acesso à água à vontade, além das minas d’água pelo trajeto.
O ciclista Carlos Eduardo do Amaral, também de Muriaé, conta com mais detalhes sua experiência de pedal pelo percurso ida e volta por Miradouro x Parque do Brigadeiro x Araponga. Ele fez o passeio em, julho de 2021, com total de 88,26km e 2.266 metros de altimetria.
Ele conta que é a terceira vez que faz o trajeto. “A experiência é incrível. A atmosfera te energiza enquanto se esforça e a vista vale a pena. Quem passa de carro fica te olhando. Acho que pensam que é maluco (rs)! A vista é perfeita, mar de montanhas, ainda mais quando estamos a mais de 1.000 m do nível do mar.”.
Carlos Eduardo acha até difícil listar quais pontos são mais bonitos. “Desde o início, quando se avista a Pedra do Pato, já é incrível. Mas, passar em meio a mata, ver as placas de incentivo e olhar para o lado e ver aquele o abismo e o quanto já subiu, é a visão perfeita! Digo isso, em qualquer sentido, seja indo por Monte Alverne, em Miradouro, ou Araponga”.
#ficaadica: É um pedal muito pesado, não recomendado para iniciantes, pois alguns trechos, principalmente na descida é perigoso e exige habilidade e preparo, já a subida tem que estar com os treinos em dia, além de estar bem alimentado e descansado. Se tiver apoio móvel é melhor ainda. Caso não, leve alimentos nos bolsos e faça paradas para reposição de líquidos sempre que houver oportunidade.
Veja a marcação do percurso Miradouro x Parque do Brigadeiro x Araponga no link do Strava – https://strava.app.link/149I0UJmXmb
Como os outros entrevistados já disseram, o rolê exige muito do ciclista! Cássia Milagres, da cidade de Araponga, que o diga, já que não conseguiu fazer o retorno completo. “É bem puxado e estava muito quente. Só seis do grupo de 16 pessoas conseguiram fazer o percurso completo”, relata.
Ela participou, em janeiro de 2020, de um passeio em grupo, saindo da Areia Branca, bairro localizado na entrada de Araponga, até as Cachoeiras do Piu e do Refúgio dos Galdinos, em Bom Jesus do Madeira. O trajeto deu total de 42,55km e 1.260 de altimetria.
Para ela, a experiência pode ser resumida em uma única palavra: Maravilhosa! “Já tinha ido até a Portaria do Parque, lado de Araponga, várias vezes, mas nunca tinha conseguido subir tudo. Aquela subida nos eucaliptos é muito pesada, mas consegui. Não tem nada melhor que superar nós mesmos. A sensação de conquista é maravilhosa. Antes era difícil agora eu consigo”.
Cássia conta que já tinha ido várias vezes nas cachoeiras, mas chegar de bike é uma sensação ímpar. “Só quem pedala sabe como é bom”, afirma, lembrando que a dica que deixa para quem deseja fazer o trajeto é tomar muita água e evitar o sol quente, saindo bem cedo e voltando quando o sol já está se pondo.
A experiência de Samuel Henrique de Souza Silva, morador das cidades de Viçosa e Araponga, ultrapassou fronteiras! Ele e mais três amigos partiram de Araponga para percorrer uma rota que tem tudo para atrair muitos turistas nos próximos anos, que é a Rota Brigadeiro x Caparaó.
O grupo se dividiu em duas bicicletas comuns e outras duas e-bikes (bicicleta elétrica).
No primeiro dia, eles saíram da praça principal de Araponga, subiram a Serra sentido ao Parque com destino à primeira parada em Bom Jesus do Madeira, onde curtiram as cachoeiras do Piu e do Refúgio dos Galdinos. O percurso foi de 24,24km que levou cerca de 2 horas, com elevação de 722 metros de altimetria (trajeto só de ida, já que o destino era a cidade de Alto Caparaó, passando pelos caminhos da Serra do Brigadeiro).
Samuel conta que, sem dúvidas, a parte mais desafiadora é a subida até a Sede do Parque. “Mas, posso afirmar que todo esforço vale a pena. Em nosso passeio, fomos tranquilos, sem correria, procurando aproveitar ao máximo o caminho, a natureza e as belezas de todo o redor”.
“Lembro-me de quando chegamos no mirante da Ermida Antônio Martins, ficamos admirando toda a paisagem, e tentando localizar lá longe nosso ponto de destino. Acho que conseguimos ver quando estávamos um pouco abaixo da segunda guarita do parque, talvez não, mas acreditamos que sim (rs). Como experiência vivida, recomendo passar por esse percurso sem pressa e observar tudo ao entorno. A cada olhar temos uma experiência diferente em contato com a natureza.”.
#ficaadica: Para o passeio é sempre importante observar as condições climáticas, levar alimentos e água, além de estar preparado para encarar as montanhas, principalmente, nas subidas. Com certeza, acompanhado dos amigos é mais seguro e divertido.
Veja a marcação do percurso Araponga x Fervedouro x Alto Caparaó no link do Strava.
Araponga x Fervedouro – https://www.strava.com/activities/5906783245
Araponga x Fervedouro x Alto Caparaó – https://www.strava.com/activities/5926223551