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Conheça a história dos Túneis de Mineração de Ouro de Araponga-MG

Em Araponga-MG, na Serra do Brigadeiro, é possível conhecer um pouquinho da história da região através do ‘Caminho Revolucionário, Fé e Ouro’. Uma das opções são as visitas aos seis Túneis de Mineração de Ouro já desativados. Uma aventura à parte durante a caminhada leva os turistas para dentro das matas, nascentes d’água e história do Caminho do Ouro e Revolução de 32, em Araponga.

Após décadas do fim das extrações de ouro, o município se tornou palco dos revoltosos “Bernardistas’, durante Revolução de 32. Para fugirem da represália da Força pública, no auge da revolução, vários moradores da cidade buscaram refúgio nos túneis desativados.

Para chegar até o início da trilha, o turista precisa seguir até a Praça do Rosário, no Centro de Araponga, e caminhar até o final da rua sem saída, quando avistará uma porteira de madeira. Ela fica aberta e de lá é possível ter acesso à Pedra do Cruzeiro e aos túneis. Uma das agências de turismo da região que realiza passeios guiados pelo atrativo é o In Natura Ecoturismo e Aventuras.

Surgimento de Araponga está ligado ao Ciclo do Ouro

Em 1693 há registros de que Antônio Rodrigues Arzão, tendo em uma de sua expedições partindo de Taubaté à procura do Itacolomi (referencial dos bandeirantes) marchando para a serra do Guarapiranga, com o objetivo de aprisionar índios, avistando a então Serra dos Arrepiados, que lhes pareceram mais próximas que realmente estavam, descendo em sua direção, alcançou o rio Piranga, onde vagavam índios da nação Puri, que lhes deram notícias da existência de ouro na região e os guiaram até a Serra dos Arrepiados. Ficando esta expedição marcada na história, tendo tido registro oficial como o primeiro ouro das Minas Gerais.

Mas, o primeiro passo para o surgimento da hoje cidade de Araponga, se deu a partir de 1780, quando o então Governador da Capitania de Minas – D. Rodrigo José de Menezes, preocupado em alargar o campo das minerações, despachou para esta região, à época conhecida pelo nome de Arrepiados, um conhecedor do sertão – o Capelão Pe. Manoel Luiz Branco, com soldados e escravos. Ali chegando, constatarem a ocorrência de ouro em boa quantidade. As terras pertenciam ao Coronel Antônio Dias Ferraz, patriarca da tradicional Família Ferraz, presente até hoje na região.

Em agosto de 1781, o próprio Governador lá chegou com sua comitiva e, já encontrando mais de 400 requerimentos de sesmarias e datas minerais, imediatamente as despachou, juntamente com o desembargador Luiz Beltrão de Gouveia e Almeida e com o Coronel Antônio Dias Ferras, ficando assim fundado o Arraial dos Arrepiados, que durante a extração de ouro existente, criou vida e prosperidade. Entretanto, o ouro que parecia ser em boa quantidade no começo, não demorou a escassear, em consequência, a grande maioria dos moradores foram tentar a sorte em outros campos abertos, e o Arraial caiu em decadência.

Em 1809, foi construído o cemitério, e o Pe. Bernardino José da Silva ergueu a capelinha primitiva coberta de palmas, dedicada a São Miguel e Almas dos Arrepiados, filial da Freguesia de Furquim. Foi então celebrada a primeira missa por D. Frei Manuel da Cruz. Lentamente, o arraial foi crescendo novamente, até que, com o Alvará de 9 de novembro de 1826 foi criado a Freguesia desmembrada da de Furquim, e, com o mesmo título de Capela ‘São Miguel e Almas dos Arrepiados’. Em 1832 foi construída a primeira igreja que foi entregue ao Revdo. Pe. Joaquim Fernandes de Godói Torres, sendo esse o primeiro e único vigário colado dessa Freguesia. Foi ele quem de fato dirigiu o Arraial por 31 anos, e aí faleceu. Tendo sido o guia e o mentor espiritual do povo daquela época, pode ele realmente ser considerado o verdadeiro fundador do Arraial dos Arrepiados.

Em 10 de julho de 1886, a Lei Provincial n°3387 mudou a denominação da Freguesia de São Miguel e Almas dos Arrepiados, então no Município de Viçosa, para São Miguel do Araponga, ainda sobre a tutela da família Ferras.

Em 17 de dezembro de 1938, o Decreto Lei n° 148, do Governador, reduziu-lhe a denominação para simplesmente Araponga, e por efeito do mesmo, o distrito de Araponga passou a pertencer ao recém – criado município de Ervália, ex-Herval. Finalmente, a Lei Estadual n° 2.764, de 30 de dezembro de 1962, elevou o distrito de Araponga pertencente a Ervália, à categoria de cidade.

Relato histórico divulgado pelo projeto Caminho Revolucionário, Fé e Ouro.

janeiro 19, 2022
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